Defeitos? É comigo mesma! Sou chata; chorona; bipolar; não sigo a risca meus próprios horários, que dirá os seus; muitas vezes deixo pra amanhã o que posso, mas não quero, fazer hoje; demoro dias pra digerir uma notícia bombástica; sou meio anti social quando o assunto é dar telefonemas e ficar online nas redes sociais; deixo a TPM me dominar, entre tantas e tantas outras falhas, que não vou mencionar aqui. Primeiro, porque não precisa e, segundo, porque não quero mesmo. Mas, se tem uma coisa que eu sei fazer, do meu jeito troncho, mas sei, é respeitar o espaço alheio. Ah, e como sei! E faço questão não apenas de saber, mas de colocar em prática também. Respeito seu tempo, seu momento, sua religião, sua opção sexual, seu time do coração, sua cor favorita... Respeito até suas más escolhas. Sabe aquelas decisões que você toma mesmo sabendo que vai quebrar a cara? Então. Posso não aceitá-las, não concordar contigo, mas respeito. Por que a minha obrigação mesmo, é apenas te avisar, te alertar do risco que corres. Mas, o que vai ser feito de fato? É uma opção sua. Escolha sua. Problema seu. E sabe porque faço tanta questão de deixar isso bem claro pra quem quer que seja? Pra que a recíproca seja verdadeira. Pra que eu saiba que quando precisar, terei ao meu lado, pessoas que me aconselhem, me apontem os defeitos, me corrijam os erros, mas que também, e principalmente, respeitem o meu espaço. Pessoas que não tentem, de maneira alguma, amarrar cordinhas nos meus pés e nas minhas mãos pra brincar de ventrículo comigo. Guias, domadores, donos, conselheiros, "amigos"... Chamem como quiser! Não me importa, porque eu, sinceramente, não preciso! Não sou uma boneca. Não sou propriedade privada de ninguém,
nem mesmo dos "muito bem intencionados". Sou minha, e de ninguém mais. Então, podem ir tirando esse verbo imperativo da boca quando se dirigirem a mim. Podem desistir da ideia de me domar, me manipular, me fazer desistir, persistir, ir pra frente ou pra trás caso eu não queira. Nem se deem ao trabalho, porque eu empaco mesmo! Não saio do lugar mesmo! Só de pirraça, e pra que fique transparente, de tão claro, que não recebo ordens, não aturo gritos, e não aceito, em hipótese alguma, palavras algemando minhas vontades. Quem quiser mesmo mandar em alguém, um alguém que ache o máximo receber ordens, e que pule de feliz ao receber um novo comando, faz o seguinte: compra um cachorro! Enquanto isso, dá licença, baby, porque essa gata aqui, livre e dona das suas próprias vontades, tem outros quintais pra conhecer, e outros novelos de lã pra desenrolar! Miau! :*
(Itala Pereira)
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