quarta-feira, maio 09, 2012

Sou dessas!


"Você é boazinha demais! Tem essa cara de boazinha, e de que gosta de ouvir os problemas dos outros! Aí, você queria o quê também, né? As pessoas se aproveitam mesmo, e quem se prejudica no final é você!" Ouvi essa frase hoje de alguém que amo muito, e pra minha surpresa, não soube o que dizer. Elogio? Não sei. Crítica? Talvez. Preocupação comigo? Com certeza! Daí, fiquei calada. Completamente muda mesmo. E não que eu me ache boazinha, certinha, vítima e muito menos psicóloga de quem quer que seja. Eu simplesmente não encontrei de imediato um argumento que rebatesse essa afirmação. E fiquei pensando: "Eu devo mesmo ter cara de besta, né? É! Porque é tanta merda que aconteceu e acontece, e são tantas as coisas que as mais variadas pessoas, nos mais diferentes tipos de relacionamento me disseram, fizeram, esconderam, e ainda assim eu abro meus dentes pra todo mundo. E o pior: eles também abrem os dentes pra mim como se nada tivesse acontecido com uma certeza surreal de que não vão sobrar e... É! Eu tenho a cara de besta mesmo!" Pensei, pensei, pensei... Me irritei com essa constatação, mas continuei muda. Mudinha. Digerindo. Depois, fiquei feliz por ter alguém que me falasse algo que me fizesse chegar a essa constatação. E pensei, pensei e pensei mais. Incrível como a mente da gente faz um fuzuê de informações em fração de segundos, né? Foi aí que me veio à mente o seguinte: "Tá! Posso ter a cara de besta, e fazer questão de devolver cada sorriso a mim direcionado, independente daquela pessoa ter puxado meu tapete, ou estendido-o pra que eu passasse. Mas eu não vou me envergonhar. Não mesmo! Não vou ter vergonha de tratar bem a quem me trata mal, de sorrir pra quem me fez chorar, de dizer na cara a verdade pra quem já mentiu olhando nos meus olhos, de desejar o meu melhor pra quem conscientemente me deu o seu pior... Não vou mesmo me envergonhar, e muito menos mudar quem sou só porque nem sempre quem está a minha volta é verdadeiro comigo. E sabe por que? Primeiro, porque adoro a leveza de ser como sou. Segundo, porque se alguém tiver de ser contaminado com o que quer que seja, que sejam eles os contaminados com esse meu jeito besta e feliz de ser, e não o contrário. E terceiro, porque eu tô super a fim de parar de pensar nisso, e dar mais uns beijinhos no meu bem que tá aqui do lado." E num é que deu certo? "Resolvi" tudo rapidinho, no conforto e privacidade do meu pensamento, deixei a mudez de lado, e fui falar pelos cotovelos, rir, fazer sorrir e cuidar um pouquinho daquele que cuida tanto de mim. E que beijinho doce que ele tem. Ai, ai...

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