segunda-feira, junho 18, 2012

Nem mentiras, nem verdades. Apenas escrevendo.


"Vontade de escrever aleatoriamente. Vambora, então? Esses dias eu tava pensando: preciso reciclar umas coisas em mim. Preciso arrumar meu quarto. Quem sabe organizando minhas roupas e objetos diversos, eu não consiga reorganizar sentimentos e destacar prioridades, né? Preciso colocar muita coisa no devido lugar. E neste exato momento, enquanto digito, tô ouvindo algumas músicas que resgatei no meu pendrive. Músicas que há meses não ouvia. Músicas que já começam a trabalhar em mim o tal do "reorganizar sentimentos". Impossível não parar pra pensar como as coisas sempre mudam pra gente, e como no fim, essas mudanças só nos fazem bem. Ainda assim, não consigo pensar como seriam as coisas se em alguns momentos eu tivesse tomado outras decisões. Não consigo não pensar como seriam as coisas hoje se eu tivesse seguido por outros caminhos em determinados momentos. E não: não estou, nem de longe, reclamando de tudo que vivi, e nem de onde vim parar. Muito pelo contrário. Estou curiosa apenas. Queria mesmo era um tipo de máquina, ou algo assim, que me tirasse essas dúvidas. Queria saber que tipo de pensamentos, sentimentos, vontades e pessoas eu teria hoje se eu tivesse dito "Sim!" ao invés de "Não!", "Não!" ao invés de "Sim!", ou apenas um simples e confuso "Talvez..."! O que acontece é que sou curiosa mesmo, em relação a tudo, e não ia deixar de ser agora, muito menos nesses assuntos. Mas que assuntos? Sei lá! Tô escrevendo aleatoriamente, lembram? Bom... Sou medrosa também. Ou melhor, estou medrosa. Não consegui evitar que o medo, em suas mais variadas expressões, se instalasse em mim. E quem tem medo, não vive, sobrevive apenas. Vão por mim! Não me orgulho disso, mas também não vou gritar uma série de sentimentos fortes e destemidos que, pelo menos por hora, não habitam em mim. Tenho medo mesmo! Medo de sofrer, de fazer sofrer, de me decepcionar, de acreditar, de chorar. Tem coisa mais inconveniente do que essa vulnerabilidade que as benditas lágrimas trazem consigo? Ô, coisa chata! E se tenho medo de chorar, tá na cara: tenho medo de amar! E tenho mesmo. Não falo apenas de romances, mas de amizades e qualquer tipo de relacionamento que exija entrega. Tenho medo de me entregar ao que quer que seja, e mais uma vez, sentir o chão abrindo sob meus pés quando me virarem as costas. Contraditoriamente, no entanto, não tenho medo de recomeçar. Já tive, mas hoje não mais. Recomeços têm feito parte de mim há um tempo, e seria injusto não acolhê-los da melhor maneira possível. No fim, esse medo que toma conta de mim é que me ferra, sabe? Mas também me ensina uma porrada de coisas! É ele que me traz esses recomeços que acabam por me fazer bem, de um jeito ou de outro. Me mostra com quem posso contar de verdade. Além disso, me apresenta novas realidades, novos mundos, novas possibilidades, novas chances. Mas eu, pra variar, frente a frente com os fantasmas que o medo me apresentou, me torno resistente em arriscar diante de determinadas situações. É... O medo também também me deixou meio injusta, eu sei. Afinal, porque jogar um fardo tão pesado nas costas de quem nada tem a ver com o que vivi? Me pergunto isso todo santo dia, enquanto tento me reinventar, na esperança de arriscar e, finalmente, acertar. Acertar, e dar uma banana pra essa coisa ridícula de achar que o mesmo raio cai duas (três, quatro...) vezes no mesmo lugar. [...]"

(Itala Pereira)

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Um comentário:

Mayara Mello disse...

Então, antes de recomeçar outra vez, aperte bem o paraquedas, coloque uma venda nos olhos e simplesmente se jogue! rsrsrs

Beijo! ;*