terça-feira, agosto 06, 2013

So easy. Ou não.



Ninguém disse que seria fácil. É complicado mesmo. É doído e doido. Com e sem acento. E sem assento também. Sem descanso. Sem moleza. Sem tempo pra parar, tomar um fôlego e retornar. É difícil. Sei que é. Mas só se eu quiser. Só se eu deixar, não é? Tem que ser, porque eu não posso conceber a ideia de que preciso de mais alguém, além de mim, pra me tirar desse marasmo crescente, sem começo nem fim, sem entrada e, aparentemente, sem saída também. Preciso me bastar agora. Preciso que apenas eu me seja suficiente. Tenho a leve impressão de que, se eu precisar de mais alguém, vou continuar precisando, porquê esse tal alguém não vai aparecer. Eu vou precisar, vou esperar, o tempo vai passar, eu vou continuar precisando e esperando, e o tal alguém não vai aparecer. Não vai. E aí, eu vou finalmente perceber que se eu tivesse contado com mais ninguém, talvez as coisas tivessem dado certo. Se eu não esperasse tanto, o que viesse, seja lá o que fosse, me seria lucro. "[...] Se não tivesse exagerado a dose...", talvez o pouco me fosse suficiente. Se eu não quisesse que tudo fosse fácil, talvez o difícil me desse uma trégua, e me mostrasse que nem ele é tão ruim assim, que também tem seu jeito de me fazer feliz, de me fazer valorizar o que mereceu meu esforço pra ser conquistado. Se eu não quisesse pegar um atalho, talvez o caminho mais longo me ajudasse apreciar a beleza do percurso. Talvez... Se... Tantos condicionais. Tantas dúvidas. Tantas perguntas. Pouquíssimas certezas, pouquíssimas respostas. Ainda assim, ao som de Grand Hotel, e mesmo que evasivamente, arrisco-me a responder uma ou duas... 
"Qual o segredo da felicidade?" 
Pelo visto, é um segredo contado a um alguém muito discreto, que não o divide com mais ninguém. Muito menos comigo. 
Será preciso ficar só pra se viver?" 
Bom... Desconfio que sim, minha querida Paula Toller. Desconfio.

(Itala Pereira)

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