sexta-feira, agosto 22, 2014

Contradizendo.

Você quer ouvir, mas ainda não consigo dizer. Ou não quero dizer. Sei lá. É que sempre tive a impressão de que aquilo que a gente não verbaliza, ainda pode ser mudado. E se eu, finalmente, der nome ao que sinto por você, como e pra onde vou fugir caso precise me livrar desse sentimento? Sim, fugir. Pra não querer, pra não sentir. Pra não querer sentir. E não me chame de medrosa. Não é medo de admitir. É medo de não mais conseguir negar. Não é covardia. Você não imagina quanta coragem é preciso ter pra renunciar esse sentimento todos os dias. E também não é medo de não ser correspondida, porque o barato disso tudo é a incondicionalidade. Então, talvez eu sinta amor por você. E com "talvez" eu quero que dizer que... Putz! A quem eu tô querendo enganar? É. Eu amo você. Amo. E amo mesmo. Amo seu sorriso, seu jeito chato e bobo de ser, suas brincadeiras irritantes, seu cheiro, sua mão na minha cintura, seu bom gosto musical... Amo que você ainda aluga filmes. Amo você ser nerd e não querer admitir porque "ser nerd virou modinha". Amo quando você diz "Ei, pow!", porque eu já sei que a próxima frase vai me fazer rir. Amo quando você aparece do nada no meu celular, no meu telefone, no meu portão... Amo porque dispara meu coração já meio contrito, que sempre acha que dessa vez você sumiu pra sempre. Amo tudo em você. Amo seus defeitos. Amo seus efeitos em mim. Amo você. Agora tá "dito". Não me deixa voltar pro "talvez". Não me deixa querer fugir. Eu amo você. Por favor, me faz querer nunca mais parar de dizer. E sentir.

(Itala Pereira)

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