terça-feira, março 06, 2012

Apreciando a individualidade das coisas.



"E a gente gasta as melhores músicas, as melhores 
frases, os melhores textos, e o nosso melhor 
com aquela pessoa/relacionamento e, 
quando tudo acaba, danou-se: nunca mais 
queremos ver aquilo tudo de novo! (...)"


Sempre tive a mania de relacionar pessoas a uma determinada coisa. Quando lembro de alguém, ou quando a pessoa simplesmente se materializa na minha frente, costumo relacioná-la a algo que ela fez ou disse, ou a algo que me disseram sobre ela. É instantâneo e involuntário. A imagem/frase/momento simplesmente surge na minha mente. Até aí, tudo bem. Achando pouco, costumo também relacionar frases, textos, e músicas às pessoas. Tudo bem também? Depende! Não mesmo! Enquanto as coisas vão bem, sem problemas. Mas, e quando as coisas deixam de dar certo com aquela pessoa? Como lidar? Aplicação na frase: você acha lindo o Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes, e sem medo de ser feliz, abre o Facebook do seu "grande amor", e em letras garrafais digita: "[...] QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE!". Tá. Daí, o "eterno", de repente, deixa de durar... Por que raios aquele bendito texto vai sair do status de "Um dos meus textos favoritos" para "Isso é cara de fulano de tal"? Putz! O texto tem a cara de ninguém, poxa! Ele ainda é deveria continuar sendo um dos textos mais lindos que você já leu. Ainda é deveria continuar sendo² um dos seus favoritos. E, provavelmente, enquanto você está relacionando tudo que pode ao "fulano de tal", ele sequer lembra que existe um "Soneto de Fidelidade", muito menos que você o dedicou a ele um dia. Triste, mas é a realidade, colega! Bom... Aplicação na frase²: você está super animada dançando, curtindo o aniversário da sua melhor amiga. Começa a tocar "Dancing Queen", do Abba. É a sua música. O seu hit desde a adolescência, e você só quer saber de dançar até não aguentar mais. O momento não podia melhorar. Não podia? Podia sim: o amigo do primo da sua amiga entenderam?, o carinha mais lindo da festa, simplesmente se aproxima - enquanto você ferve frenética na pista -, fala duas dúzias de coisas bonitas nos seus ouvidos, e te olha nos olhos enquanto segue os movimentos do seu corpo dançante. Você é a escolhida dele, e a sintonia de vocês é invejável. E o melhor: tudo acontecia enquanto a "sua música" tocava. Completamente e  totalmente per-fei-to! Vocês não se desgrudam durante toda a noite. E durante mais uma ou duas semanas, a sintonia continua a mesma. Era perfeito de verdade. Isso mesmo: era, até que se passam alguns dias, e você espera a ligação dele, mas só recebe mensagens da operadora pra que você recarregue seu celular. Pronto! Você percebe que levou um fora e, "inexplicavelmente", não consegue mais ouvir a balada dançante que embalou toda a sintonia e "amor" de vocês. Agora, me diga: POR QUE? Por que a música que foi o SEU hit durante tantos anos, simplesmente perdeu todo o significado e beleza? Por que excluí-la do seu computador, e do seu toque de chamadas no celular? Não me conformo! Tá, tá: existem os casos a parte, com músicas/textos e afins, que praticamente contam a história de um relacionamento com todas as letras. Pra esses, um pouco mais de tolerância. Ainda assim, com o tempo o menor possível, de preferência, tudo merece ter sua beleza de volta. Sua música favorita merece voltar a ser inocentemente escutada, enquanto você dirige feliz da vida ao encontro dos seu amigos. Aquele texto/frase/roupa/lugar/piadinha sem graça/estação do ano/instrumento musical/animal de estimação e bote coisa nisso aí merece ter seu significado de volta. Todos estes merecem ser apreciados pelo que são, e não como uma simples lembrança de algo que fracassou. Você, inclusive, merece ser lembrado pelo que é, e não pelo que deixou de fazer, por ter dado um fora no seu namorado, ou por não ter ido à formatura do seu primo e melhor amigo de infância porque perdeu as senhas a caminho da festa, e ao invés de telefonar pra ele, voltou pra casa e foi assistir o Super Cine tenso, hein?. Você é mais do que isso. E deveria aprender a olhar as demais coisas dessa maneira também. Aprecie, sem moderação, toda a beleza de uma boa música, um bom texto, uma bela amizade, um namoro apaixonado, um emprego promissor... Mas, se possível, não os vincule entre si, ou ao que quer que seja. Não a ponto de eles perderem sua individualidade caso você precise o que pode mesmo acontecer curti-los e admirá-los pelo que são (únicos e individuais), e não pelo que você fez deles: inicialmente, uma idealização, e hoje, apenas uma provavelmente péssima lembrança. E mais do que pra qualquer um, isso vale especialmente pra mim.

Agora, que tal ouvirmos Dancing Queen enquanto lemos o Soneto de Fidelidade? xD

(Itala Pereira)


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Outra coisa não, mas escrever agora eu escrevi foi um bucado, visse?
Arre égua! :D

Até mais, babies! :*


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2 comentários:

Moniza Amaral disse...

Porque tu é assim hein? Oxiii
kkkkkkkkkkkkkk

Orgulho mor de tu, porque tu escreve viu?
Amooooooooooo

Glauco disse...

É bem assim mesmo, mas ow coisa difícil colocar as coisas no local que eram! As vezes bagunçados vc encontra mais rápido, até pq a bagunça é sua =p